Carlos André Silva de Moura


AS RELIGIÕES E O ENSINO DA HISTÓRIA

O objetivo do texto consiste em apresentar algumas propostas que possam contribuir com os debates metodológicos sobre a História das Religiões, as suas principais referências, os seus objetos e objetivos de pesquisa e as contribuições para o ensino da História. Destacamos que não temos a intenção de formular um domínio teórico sobre o tema, mas nos concentramos em apresentar uma forma de se estudar os processos históricos que envolvem as questões religiosas.

Neste sentido, inicialmente, apontamos um percurso da História Cultural, fundamental para a compreensão dos estudos sobre as religiões. Em sequência, discutimos alguns pontos sobre a Escola Italiana de História das Religiões, dialogamos sobre a expansão dos objetos de pesquisa, que atualmente são associados como opção para o estudo das religiões e apresentamos algumas discussões na relação da História das Religiões com o ensino da História.

A perspectiva de uma História Cultural das Religiões pode ser compreendida a partir das suas conexões com as consequências da chamada “virada cultural”, notadas, sobretudo, a partir da década de 1970, quando grupos de historiadores questionavam esquemas teóricos herméticos e generalizantes, com a intenção de abordar os fenômenos culturais mais específicos em seus recortes temporais e espaciais. As questões teóricas e metodológicas não foram os únicos aspectos importantes que conduziram os novos estudos da história das religiões. Karina Bellotti demonstrou a importância de alguns eventos históricos, a exemplo da independência dos Estados Unidos da América, o processo de secularização em vários países, a chamada “concorrência” religiosa, dentre outros, para a elaboração de novas abordagens sobre as religiões e suas relações com a cultura, sociedade e o cotidiano. (Cf. BELLOTTI, 2011). Neste sentido, focaram-se as distinções de natureza cultural em detrimento das explicações sociais, políticas e econômicas mais gerais. Isso significa dizer que ocorreu uma mudança na percepção de situações cotidianas que hoje são tratadas pelo substantivo cultura e não mais por sociedade (BURKE, 2008, p. 07 – 11).

A partir do exposto, as relações econômicas e sociais não seriam anteriores às culturais que, por sua vez, não estariam determinadas por aquelas. De tal modo, compreendemos que os campos econômicos e sociais também são locais de práticas e produções culturais, de fundamental importância para o trabalho dos pesquisadores que se debruçam sobre os seus objetos com abordagens teóricas voltadas para o cultural.

Assim sendo, a História Cultural das Religiões aproxima-se da perspectiva analítica proposta por Michel De Certeau, quando se utiliza da metáfora do urbanista para nos auxiliar na compreensão da atuação do cultural sobre o social. Para o autor:

“As maneiras de utilizar o espaço fogem à planificação urbanística: capaz de criar uma composição de lugares, de espaços ocupados e espaços vazios, que permitem ou impedem a circulação, o urbanista é incapaz de articular essa racionalidade em concreto com os sistemas culturais, múltiplos e fluidos, que organizam a ocupação efetiva dos espaços internos (apartamentos, escadarias etc.) ou externos (ruas, praças, etc) e que debilitam com vias inumeráveis. Ele pensa em uma cidade vazia e a fabrica; retira-se quando chegam os habitantes, como diante dos selvagens que perturbarão os planos elaborados sem eles. Ocorre o mesmo com as maneiras de viver o tempo, de ler os textos ou de ver as imagens. Aquilo que uma prática faz com signos pré-fabricados, aquilo que estes se tornam para os usuários ou os receptores, eis algo essencial que, no entanto, permanece em grande parte ignorado” (CERTEAU, 1995, p. 233 – 234).

Para Michel De Certeau, os moradores que ocupam os locais planejados pelo urbanista impõem práticas culturais que reconstroem ou alteram o modo de vida previsto por seu idealizador. Desta forma, os sistemas culturais múltiplos inferem uma lógica própria e impõem uma ação que transforma o plano original. O responsável pelos espaços ocupados não tem a capacidade de controlar as invenções e reinvenções culturais de um grupo específico ou de uma organização social.

Nesse sentido, as práticas culturais não apenas refletem as identidades sociais, mas atuam em suas construções. Quando a cultura deixa de ser determinada pelas estruturas materiais, passa a representar um campo maior dentro do qual os objetos de estudo da história passam a ser considerados. Dessa forma, ao entendermos a História Cultural como “uma operação historiográfica que busca, cada vez mais, orientar a sua prática de pesquisa por um ou outro conceito antropológico de cultura” (BENATTE, 2014, p. 62), legitimamos a relação entre este campo historiográfico e a Escola Italiana de História das Religiões que, desde as suas origens no início do século XX, propunha o entendimento das religiões como fenômenos culturais.

A esse respeito, destaca-se que, desde a década de 1920, alguns intelectuais na Itália se debruçaram sobre os estudos históricos das religiões, construindo uma tradição sobre a temática no país. A principal proposta destes pensadores se constituía em não reduzir as suas pesquisas a indagações fenomenológicas, como produtos culturais redutíveis (SILVA, 2011, p. 15).

Para o desenvolvimento dos estudos científicos sobre as religiões, foi necessária a dessacralização das suas abordagens e do próprio conceito utilizado por seus pesquisadores. Com isso, rompeu-se com uma visão eurocêntrica sobre a religião através da estruturação de novas investigações que superavam as compilações e descrição de crenças religiosas (BELLOTTI, 2011, p. 17, 22).

A dessacralização das abordagens foi fundamental para as propostas voltadas para o ensino da História, uma vez que se abandonou uma produção de base eclesiástica, com discussões da religião no singular, para se reconhecer a pluralidade do conceito que envolver as religiões. Neste sentido, as temáticas que também debatiam as religiões passaram a ser trabalhada como mais uma construção histórica dentro do conteúdo programático.  
Com as publicações da revista Studi e Materiali di Storia delle Religione, além das obras do pensador Raffaelle Pettazzoni (1883-1953), tiveram início os debates que marcaram o posicionamento teórico do grupo italiano dedicado aos estudos da história das religiões. Suas propostas tinham como principal argumentação as abordagens históricas, sociais e antropológicas dos eventos religiosos (SILVA, 2011, p. 15).

O percurso da Escola Italiana de História das Religiões é longo e, de acordo com Adone Agnolin, advém da influência dos estudos que tinham como referência o Istituto di Studi Storico-Religiosi da Università La Sapienza, na cidade de Roma, com a coordenação do professor Raffaelle Pettazzoni. O método histórico-comparativo, proposto por esse intelectual, defendia a natureza humana e cultural dos fatos religiosos. A partir da influência do docente, outros pesquisadores contribuíram com essa abordagem, a exemplo de Ernesto de Martino, Angelo Brelich, Vittorio Lanternari, Dario Sabbatucci, Marcello Massenzio, Paolo Scarpi, Gilberto Mazzoleni e Nicola Gasbarro (AGNOLIN, 2013b, p. 53 – 68).

Em decorrência da vinculação com os estudos realizados naquele instituto, criou-se a nomenclatura Escola Romana de História das Religiões na cidade de Urbino, em 1973. Hoje o grupo é mais conhecido como Escola Italiana de História das Religiões, congregando pesquisadores que ressaltavam a historicidade das religiões, “[…] dos movimentos religiosos enquanto produtos culturais e redutíveis à razão histórica”. Tais propostas estavam na intercessão da história com a antropologia, desconsiderando as análises des-historicizantes e isoladas teoricamente (SILVA, 2011, p. 15; MASSENZIO, 2005, p. 19 – 21).

As intercessões com essa escola apontam para o estudo das religiões a partir de um posicionamento particular da História Cultural. O que também significa pensá-las como partes integrantes de culturas específicas, desenvolvidas em contextos temporais e espaciais precisos, os quais participam da construção de determinadas realidades, uma vez que atuam nas formas de imaginar ou representar as sociedades construídas, também, através das suas práticas.
Para Karina Bellotti, as práticas culturais tecidas no cotidiano são as principais responsáveis pela formação das identidades individuais e coletivas, em detrimento das ortodoxias e dos preceitos oficiais de cada religião. Tais estruturas seriam apropriadas e modificadas pelos sujeitos históricos que, através das maneiras de absorver as suas ortodoxias religiosas, resignificam e recriam as religiões a partir das suas experiências histórico-culturais específicas (BELLOTTI, 2011, p. 30 – 34).

São as práticas culturais ou as maneiras encontradas, por cada grupo ou contexto, de vivenciar suas religiões que tornam suas experiências únicas e inéditas, pulverizando, assim, a religião como objeto de estudo. Isso ocorre pela possibilidade de se observar uma distinta ocorrência de elaboração das ortopráticas que, segundo Nicola Gasbarro, constituem-se em um conceito contraposto ao de ortodoxia no estudo das religiões, analisando as práticas e exercícios do culto mais que os dogmas e os sistemas de crenças (GASBARRO, 2006, p. 71).

Ainda para o autor, a fé e as suas expressões não podem ser consideradas apenas como resultados das ortodoxias religiosas. Para a condução das investigações históricas, estes aspectos devem ser compreendidos como das ortopráticas sociais que são oriundas das diversas configurações culturais (GASBARRO, 2013, p. 85).

São, portanto, as ortopráticas, invenções e reinvenções em termos de práticas religiosas. O seu conceito abrange as regras rituais e as “ações inclusivas e performativas da vida social” e das artes de fazer cotidianas (Cf. GASBARRO, 2006; GASBARRO, 2014, p. 190). Com essa perspectiva de análise, distanciamo-nos das classificações atribuídas apenas ao fenomenológico, pois entendemos o processo a partir da sua historicidade. Além disso, amplia-se o campo de estudos da história das religiões que deixa de abranger apenas a investigação das instituições religiosas, passando à observação das práticas culturais ocorridas não necessariamente em seu interior, mas em variados outros espaços.

Os estudos sobre a religião ultrapassaram os muros dos redutos eclesiásticos, com abordagens sobre os diálogos culturais, os símbolos ou a consideração do sagrado e do profano como elaborações históricas, não se resumindo a um enfoque teológico. O cristianismo deixou de se configurar como único elemento explicativo, fundamental para a compreensão das práticas sociais e das novas abordagens conceituais sobre a religião (BELLOTTI, 2011, 16 – 22).

Para Eliane Moura da Silva, estudar historicamente os movimentos e os pensamentos religiosos significa debater teoricamente as possíveis abordagens dentro desta área de estudo. Por isso, compreendemos que é a partir da História Cultural que conseguimos analisar os fenômenos religiosos em suas construções, com a elaboração de uma forma de pensá-los e uma maneira pela qual podem ser compreendidos (SILVA, 2010, p. 11, 13).

Com essa abordagem, também evitamos as generalizações, uma vez que se alarga e pluraliza o conceito de religião, com a compreensão das representações que aspiram à universalidade determinada por aqueles que as elaboram. Vale salientar que cada cultura constitui sua própria ortoprática, construída por diferentes sujeitos que, em suas zonas de contato, atuam a partir das relações de poder assimétricas (SILVA, 2012). Ao participarem de tal construção social, as religiões atuam na elaboração das identidades culturais que, por suas vezes, podem ser compreendidas como vias de “mão dupla”, resultantes de complexas hibridizações (HALL, 2003, p. 31) produzidas junto aos fenômenos de comunicação religiosa, notados como vetores de produção cultural (GASBARRO, 2014, p. 191 – 192) onde, para cada objeto de estudo desse domínio, é possível afirmar que determinada cultura forma historicamente os seus sistemas religiosos (SILVA, 2011, p. 21).

O estudo das religiões não contribui apenas para um novo olhar no conteúdo programático das instituições de ensino, mas colabora com a formação de novos conceitos cotidianos. Com uma abordagem no plural, temos a oportunidade de “[…] compreender o outro atrás de seus véus e templos, rituais e orações”. Torna-se também um exercício de tolerância, ponto fundamental em sala de aula, de respeito à história e a memória de cada cultura (SILVA, 2015, p. 206).

Dificilmente as religiões aparecem como tema principal nos livros didáticos de História. Assuntos como Reforma Protestante, Contrarreforma Católica, judaísmo, islamismo, em grande medida estão alinhados a outras temas. No entanto, tais práticas estão presentes no cotidiano dos estudantes e não podem ser debatidos de modo generalizante.

Questões como “terrorismo”, intolerância religiosa, preconceitos culturais, mídia e religião, devem ocupar um lugar de destaque nas aulas de história. Temas como estes necessitam de um debate aprofundado, conceitual e científico, que não tenha espaço para discursos apologéticos. Para isso, é necessário repensar um trabalho inter / trans / pluridisciplinar com a construção das identidades, das memórias coletivas, das experiências místicas e culturais (SILVA, 2015, p. 213, 214).

base nas pesquisas voltadas para a História Cultural, as religiões não são compreendidas enquanto essencialismos ou fenômenos inerentes à determinada “condição humana”, segundo a qual, em razão de sua finitude, os grupos humanos elaborariam, independentemente das diferentes épocas e lugares, crenças sobre a dimensão supra-histórica da realidade. Tais ideias da escola fenomenológica, que tinha como principal expoente Mircea Eliade (BELLOTTI, 2011, p. 21 – 23), foram questionadas pelos pressupostos da Escola Italiana das Religiões.

As propostas da escola italiana têm como diferencial possibilitar aos investigadores e docentes que se utilizam desta corrente, compreender o seu objeto de trabalho em um universo sociocultural diverso. Para isso, é necessária “a valorização das religiões como produtos culturais historicamente determinados”, com abordagens que permitam “análises e comparações entre formações religiosas específicas” (SILVA, 2010, p. 14). Por isso, é possível optar pela designação de religiões no lugar do termo religião. O conceito no singular apresenta a concepção de um modelo único, enquanto o plural apresenta a sua multiplicidade (AGNOLIN, 2013a, p. 43 – 45; AGNOLIN, 203b).

Como objeto de pesquisa, as religiões devem ser abordadas em função das culturas onde se desenvolvem historicamente. Uma vez que não são consubstanciais ao homem, as suas diferentes práticas também impõem a necessidade de abordá-las em suas diversidades historicamente fundadas (AGNOLIN, 2013a, p. 39 – 48). Segundo Rafaele Pettazzoni, uma das principais especificidades deste ramo de pesquisa se traduz em perceber que “[…] toda religião é produto histórico, culturalmente condicionado pelo contexto e, por sua vez, capaz de condicionar o próprio contexto em que opera” (MASSENZIO, 2005, p. 149).

Sendo assim, a diversidade de religiões depende da diversidade das histórias. O método proposto por Raffaele Pettazzoni é conhecido como histórico-comparativo e defende a natureza humana e cultural dos fatos religiosos, com o seu estabelecimento na contramão da fenomenologia, que procurava leis gerais e semelhanças formais (AGNOLIN, 2013b, p. 53 – 68).
Portanto, uma vez que as religiões operam dentro dos processos relativos às culturas onde emergem, pode-se afirmar que, em suas especificidades, são sempre inéditas, contradizendo a ideia de que existiria uma essência religiosa inerente à condição humana. As religiões passam a ser pensadas como frutos da necessidade de “diferenciar e determinar as peculiaridades precípuas de cada processo histórico, para entender, também, além das texturas fundamentais comuns, as irrepetíveis soluções criativas concretas, historicamente realizadas” (MASSENZIO, 2005, p. 25).

Os docentes e pesquisadores que trabalham com os fenômenos religiosos devem se manter atentos ao “[…] uso e sentido dos termos que em determinada situação geram crenças, ações, instituições, condutas, mitos, ritos, etc”. Partindo deste princípio, é necessário pensar a religião como categoria conceitual e metodológica, aberta a mudanças culturais, históricas e sociais (SILVA, 2011, p. 18).

Com as abordagens da História Cultural das Religiões, sobretudo as que têm como base as propostas da Escola Italiana de História das Religiões, surgiram novos problemas e inovadoras abordagens. Entre tais propostas, destacamos o método comparativo, que tem a possibilidade de apresentar novas questões, além de contribuir com o repensar de temáticas já estabelecidas (Cf. SOURCE, 1959). De tal modo, tem-se a possibilidade de se desenvolver analogias, identificar semelhanças e diferenças entre as realidades estudadas, perceber as variações de um mesmo exemplo ao elaborar as suas conexões (BARROS, 2014, p. 17).

Os modelos das culturas políticas, as variedades dos catolicismos no Continente Americano ou na Europa, as missões cristãs na África ou Ásia, as ações dos intelectuais no meio eclesiástico são alguns exemplos de unidades comparativas que podem ser elaboradas ou repensadas a partir das propostas da História Cultural das Religiões em sala de aula. Para Raffaele Pettazzoni, o cristianismo para o crente é incomparável, mas como produto histórico pode ser confrontado. Se o entendermos como evento único e excepcional, o colocaremos fora da história, mas visto no plural torna-se um elemento de estudo. A comparação favorece o advento da forma supranacional da religião, observando a produção dos elementos individuais que visam transformar a religião em um modelo homogêneo e universal (SOURCE, 1959).

Para Karina Bellotti, atualmente, os estudos que têm como base a História das Religiões abordam os diálogos “[…] entre essas fronteiras antagônicas e entre expressões religiosas individuais/coletivas e instâncias sociais diversas” (BELLOTTI, 2011, p. 41). Neste sentido, temáticas que se valeram de aspectos interdisciplinares ganharam maior incidência nos debates entre os historiadores, sociólogos, antropólogos e os demais ramos do conhecimento.

Os debates que enfatizaram questões como mídia e religião (BELLOTTI, 2004; BELLOTTI, 2010), comunicação e religião, os fundamentalismos (SILVA, 2006), culturas visuais religiosas, cultura material e imaterial religiosa, gênero e religião (SOUZA, 2006; SOUZA, 2004), ensino e religião (SILVA, 2015), os diálogos inter-religiosos, as afinidades entre a religião e a política, as relações entre religião e o mercado de entretenimento, dentre outros assuntos, fortaleceram-se nos espaços de produção. Tal realidade não se percebe apenas pelas novas abordagens teóricas e metodológicas, mas pela configuração de novas possibilidades de pesquisas e o surgimento de novas demandas em sala de aula, pelos novos materiais e questionamentos que os historiadores se fizeram e ainda fazem sobre o conceito de religião e religiosidades.

Ao estudarmos a religião, com o olhar da História Cultural, não desejamos limitar ou criar um conceito filosófico sobre o tema, mas demonstrarmos as diferentes maneiras como os indivíduos compreendem o religioso e o vivenciam em um determinado momento histórico e cultural (BENATTE, 2014, p. 65). A História Cultural das Religiões amplia os horizontes metodológicos, com ênfase no caráter plural do conceito de religião e nas relações históricas dessa com as culturas das quais participa.

Referências:
Carlos Moura é Professor do Departamento de História da Universidade de Pernambuco (UPE). Pós-doutorando no Departamento de História da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). E-mail: carlos.andre@upe.br

AGNOLIN, Adone. História das Religiões: Teoria e Método. In. (Re)conhecendo o Sagrado: reflexões teórico – metodológicas dos estudos de religiões e religiosidades. São Paulo: Fonte Editorial, 2013a.
AGNOLIN, Adone. História das Religiões. Perspectiva histórico-comparativa. São Paulo: Paulinas, 2013b.
BARROS, José D’Assunção. História Comparada. Petrópolis: Vozes, 2014.
BELLOTTI, Karina Kosicki. “Delas é o Reino dos Céus” – Mídia evangélica na cultua pós-moderno do Brasil (anos 1950 – 2000). São Paulo: Annablume / FAPESP, 2010.
______. História das Religiões: Conceitos e debates na era contemporânea. História: Questões & debates, Curitiba, p. 13 – 42, n. 55, UFPR, 2011.
______. Mídia, Religião e História Cultural. Rever, São Paulo, p. 01 – 05, v. 04, 2004.
BENATTE, Antonio Paulo. A História Cultural das Religiões: contribuições a um debate historiográfico. In. SILVA, Eliane Moura da; ALMEIDA, Néri de Barros (Org.). Missão e Pregação: a comunicação religiosa entre a História da Igreja e a História das Religiões. São Paulo: FAP – UNIFESP, 2014.
BURKE, Peter. O que é História Cultural? Rio de Janeiro: Zahar, 2008.
DE CERTEAU, Michel. A cultura no plural. Campinas: Editora Papirus, 1995.
GASBARRO, Nicola. A modernidade ocidental e a generalização de “religião” e “civilização”: o agir comunicativo das missões. In. SILVA, Eliane Moura da; ALMEIDA, Néri de Barros (Org.). Missão e Pregação: a comunicação religiosa entre a História da Igreja e a História das Religiões. São Paulo: FAP – UNIFESP, 2014.
______. Missões: A Civilização Cristã em Ação. In. MONTERO, Paula. Deus na Aldeia: missionários, índios e mediação cultural. São Paulo: Globo, 2006.
______. Religione e/o Religioni? La sfida dell’antropologia e della comparazione storico-religiosa. In. MARANHÃO Fº., Eduardo Meinberg de Albuquerque (Org.). (Re)conhecendo o Sagrado: reflexões teórico – metodológicas dos estudos de religiões e religiosidades. São Paulo: Fonte Editorial, 2013.
HALL, Stuart. Da diáspora - Identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.
MASSENZIO, Marcello. A História das Religiões na Cultura Moderna. São Paulo: Hedra, 2005.
SILVA, Eliane Moura da. “Os Anjos do Progresso no Brasil”: as missionárias protestantes americanas (1870 – 1920). Rever. São Paulo, p. 103 – 126, nº. 1, 2012. 
______. Estudos de Religião para um Novo Milênio. In. KARNAL, Leandro (Org.). História na Sala de Aula: conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2015.
______. Fundamentalismo Evangélico e questões de Gênero: em busca de perguntas. In. SOUZA, Sandra Duarte de (Org.). Gênero e Religião no Brasil: ensaios feministas. São Bernardo do Campo: Metodista, 2006.  
______. História das Religiões: algumas questões teóricas e metodológicas. In. MOURA, Carlos André Silva de; SILVA, Eliane Moura da; SANTOS, Mário Ribeiro dos; SILVA, Paulo Julião da (Org.). Religião, Cultura e Política no Brasil: perspectivas históricas. Campinas: UNICAMP / IFCH, 2011.
______. Introdução. Religião: da fenomenologia à História. In. SILVA, Eliane Moura da; BELLOTTI, Karina Kosicki; CAMPOS, Leonildo Silveira (Org.). Religião e Sociedade na América Latina. São Bernardo do Campo: Metodista, 2010.
SOURCE, Raffaele Pettazzoni. Il Metodo Comparativo. Brill, Leiden, p. 01 – 14, vol. 06, fasc. 01, jan. 1959.
SOUZA, Sandra Duarte de (Org.). Gênero e religião no Brasil: ensaios feministas. São Paulo: Metodista, 2006.
______. Gênero e Religião nos Estudos Feministas. Revista Mandrágora: Estudos Feministas, Florianópolis, p. 122 – 130, v. 12, n.e., set. – dez. 2004.

55 comentários:

  1. Vimos nos últimos anos um crescimento do movimento neopentecostal no Brasil e atualmente uma crescente nas políticas conservadoras. Diante desse cenário, quais as barreiras encontradas pelos professores de História no âmbito escolar e como superá-las?

    CLÉSIO ALVES DE OLIVEIRA

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    1. Clésio, bom dia!! Penso que as mudanças históricas devem se apresentar como material para o trabalho do professor e do historiador. A dinâmica política que tem acontecido é um processo histórico que deve ser analisado e compreendido pelos professores, temática que não pode permanecer longe da sala de aula. No entanto, todos os temas precisam ser trabalhados com respeito e tolerância, especialmente, quando discutimos questões bastante sensíveis.

      Prof. Carlos André Moura

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  2. Gostaria de saber quais metodologias posso utilizar para a abordar a história das religiões em sala de aula?
    As. Talyta Marjorie Lira Sousa Nepomuceno

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    1. Talyta Marjorie Lira Sousa Nepomuceno, bom dia!! Atualmente tenho defendido que as temáticas sobre as religiões sejam trabalhadas a partir das propostas da História Cultural. As contribuições deste ramo tem possibilitado compreender as religiões como construções históricas e representações de uma cultura, o que nos possibilita visualizar a pluralidade das religiões no mundo contemporâneo. Sobre o tema, sugiro a leitura do seguinte texto.

      SILVA, Eliane Moura da. Estudos de Religião para um Novo Milênio. In. KARNAL, Leandro (Org.). História na Sala de Aula: conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2015.

      Prof. Carlos André Moura

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  3. Boa tarde! Gostaria de saber como podemos falar de religiao no estudo de Historia sem causar polemica, pois dentro de uma sala de aula existem diversas relugioes.

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    1. Bom dia Benedito, as religiões devem ser considerado como mais um tema em sala de aula. Reconheço que muitas vezes são debates acalorados, mas as discussões não podem ser realizadas como um “acerto de contas” ou uma defesa em torno de qualquer prática. Sendo assim, as religiões devem ser analisadas a partir das suas constituições históricas e cultural, com um aporte teórico que contribuam para que possamos construir as nossas narrativas enquanto professor.
      Prof. Carlos André Moura

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  5. Bom dia professor, como vai? Obrigado por compartilhar conosco teu excelente texto, muito elucidativo para a compreensão da história das religiões, segundo a perspectiva da história cultural. Eu defendi recentemente minha dissertação de mestrado em História na UEPG/PR e trabalho a partir desta perspectiva cultural das religiões, onde pude constatar esse processo de criação histórica da religião que se reinventa a cada geração. trabalhei com o Vaticano II e o franciscanismo, uma pesquisa que terá continuidade no doutorado. Enfim, gostaria de saber sua opinião sobre o quanto o pesquisador das religiões, e coloco aqui uma religião especifica como o cristianismo, deve estar imbuído dos conceitos teológicos utilizados por esta religião específica, para que sua pesquisa e consequentemente sua exposição, seja cientificamente assentada, não sobre preconceitos adquiridos e por vezes inconscientemente transcritos no texto ou na fala, mas na construção cultural do pensamento teológico de determinada religião? Isso não somente para o cristianismo, como também para o judaísmo, o islamismo, candomblé, e outras formas culturais de manifestação religiosa.

    Foi um prazer.

    Edson Claiton Guedes.

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    1. Bom dia Edson Claiton Guedes, tudo bem?? Obrigado pela pergunta. Parabéns pela defesa de mestrado na UEPG, tenho amigos no Departamento de História. Quanto a sua questão, enfatizo que para qualquer pesquisa os conceitos são fundamentais. Para o estudo das religiões não é diferente, sobretudo, quando temos uma prática milenar como o cristianismo. É muito importante que o historiador esteja atento as inserções, invenções e reinvenções conceituais e a teologia, ou os conceitos teológicos, pode contribuir muito com isso. Em minhas pesquisas tenho utilizado muito os conceitos teológicos, assim como, os documentos pontífices para a compreensão destas questões. São nestes documentos que conseguimos compreender as transformações do dito sobre as religiões. Um livro importante para compreendermos estas questões conceituais é:

      KOSELLECK, Reinhart. Futuro Passado: contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Contraponto / PUC, 2006.

      Na obra você vai perceber a importância dos conceitos para a construção das nossas narrativas em qualquer campo da história.

      Prof. Carlos Moura

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    2. Então professor, eu digo isso porque fiz teologia e percebi o ganho conceitual que o curso oferece para quem busca trabalhar com a história do cristianismo por exemplo. Creio que um estudo aprofundado do processo de construção cultural dos conceitos teológicos neste caso específico é fundamental para se fazer afirmações que não sejam anacrônicas com status de ciência. O cristianismo é uma religião eclética e em constante movimento, e mesmo questões de cunho dogmático tem um histórico de redefinições, revisões, debates, etc. Por isso acho importante no trabalho historiográfico este cuidado em se tratando de religiões já que elas são construídas e reinventadas constantemente.

      Um Abraço.

      Edson Claiton Guedes.

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    3. Edson, concordo com você. Todos os conceitos possuem historicidade e os pesquisadores não podem se distanciar desta questão. Precisamos compreender muito bem as mudanças históricas e culturais das religiões, inclusive dos cristianismos.

      Prof. Carlos Moura

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  6. Olá professor,
    Parabéns pelo texto. Acredito ser de suma importância enfrentar esse assunto, especialmente no momento atual.
    Por falar nisso, penso que existe uma questão presente e inescapável para quem está em sala de aula: com a aprovação, pelo STF, do ensino confessional em escolas públicas (na disciplina de Ensino Religioso), como proceder para manter o diálogo com os colegas de outras disciplinas (especialmente ER)? E como o ensino de história pode contribuir para esse debate?
    Bom, essa pergunta se estende aos demais colegas, também.
    Abraços e bom debate.

    Israel da Silva Aquino

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    1. Israel, o debate no STF foi uma questão bem polêmica. Penso que o problema do ensino confessional e a valorização de uma prática em detrimento a outra. Acredito que os debates sobre as religiões devem assumir um importante espaço em disciplinas como a História, a Literatura, Sociologia ou Filosofia. Estas questões tornam-se mais polêmicas quando estamos falando da escola pública, que deve ser laica e não professar uma prática, mas possibilitar o espaço para o amplo debate. Acredito que as religiões podem ocupar diversos espaços, desde temas geradores a temáticas exclusivas nas mais várias disciplinas.

      Prof. Carlos Moura

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  7. Debater religião no ensino básico é uma tarefa um tanto quanto complexa devido a pluralidade cultural da comunidade, que também culmina com uma identidade religiosa, e que em alguns casos algumas destes grupos religiosos podem ser intolerantes a crença do outro. Contudo, percebemos que com o advento da História Cultural as possibilidades para se estudar as religiões se abriram, mas ainda é pouco feito no Ensino Básico. Em sua opinião, o que seria necessário para uma inserção mais efetiva desta temática em sala de aula, de modo a entender a nossa sociedade?

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    1. Alex Rogério, tudo bem?? Defendo a necessidade da constante formação dos professores. Reconheço que para muitos docentes, os debates da História Cultural, Social, Política estão distante das suas realidades, especialmente, quando estão há muito tempo longe das salas das universidades. Mesmo assim, existem diversas publicações, algumas citadas no texto, que podem ser utilizadas para que este debate chegue em sala de aula. Sabemos que o livro didático é um recurso limitado, então, como docentes, não podemos mais ficar presos a este tipo de material.

      Prof. Carlos Moura

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  8. Boa tarde!
    Parabéns pelo seu texto!
    Achei interessante, em um dos comentários, o Sr. sugerir a leitura de um texto presente no livro de Leandro Karnal, pois o mesmo estuda História das Religiões, mas é ateu, e ele alega que se pode sim aprofundar suas pesquisas em um tema, e que você não precisa seguir a mesma doutrina para isso (no caso específico, as religiões).
    Coincidentemente, na semana passada, acabei entrando em um debate sobre questões de laicidade e fiquei pensando em algumas coisas e uma delas cabe ao tema aqui proposto.
    A minha pergunta é: o Sr. acha que há realmente como separar a sua crença religiosa no momento da aula, caso o assunto seja voltado para história de religiões, por exemplo? É possível essa imparcialidade?
    Obrigada!

    Ass. Letícia Simões Malerba

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    1. Olá Letícia, tudo bem???

      Realmente o Leandro Karnal é ateu, assim como, a autora do texto específico que indiquei (O Karnal foi meu professor na UNICAMP e a Eliane minha orientadora de doutorado e de pós-doutorado, por isso, posso trazer a informação para o nosso debate). Não quero entrar aqui nas discussões sobre se existe imparcialidade ou não, mas não há problemas em o historiador das religiões professar uma fé ou não. A questão é: quais usos o investigador vai realizar do material que tem em mãos. A sua fé, ou a falta dela, não pode influenciar as suas análises, por isso, defendo que os estudos das religiões devem ser realizados de modo científico, com abordagens teóricas voltadas para os estudos da sua historicidade. Pesquiso a Igreja Católica há quase 14 anos e não faço parte de nenhuma crença religiosa. Devo destacar que está questão não é uma exclusividade das religiões, uma vez que o mesmo acontece com os estudos sobre gênero, sobre a política, etc etc etc.

      Prof. Carlos Moura

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  9. Boa tarde, professor!

    Obrigada pelo texto. Vejo este como um importante debate, principalmente nos dias atuais, em que constatamos o avanço do conservadorismo em nossa sociedade, que em minha opinião pode ser uma ameaça à tolerância. Gostaria de saber se, considerando o trabalho interdisciplinar, existem propostas metodológicas para que tal discussão não fique restrita aos alunos, mas que possa envolver toda a comunidade escolar, principalmente familiares?

    Att,
    Rosana Satiko Kikuchi

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    1. Olá Rosana Satiko Kikuchi, tudo bem?

      Acredito que ao realizarmos os debates em sala de aula, de modo indireto, também estamos discutindo com a comunidade e a família. Estas discussões são levadas, por alguns alunos, para outros espaços que podem ser partilhadas. No entanto, de modo mais direto, acredito que o grande trabalho é inserir a comunidade dentro do espaço escolar, com rodas de diálogos, discussões com representantes de instituições e espaços que possam ampliar o trabalho realizado em sala de aula.


      Prof. Carlos Moura

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  10. Olá Rosana Satiko Kikuchi, tudo bem?

    Acredito que ao realizarmos os debates em sala de aula, de modo indireto, também estamos discutindo com a comunidade e a família. Estas discussões são levadas, por alguns alunos, para outros espaços que podem ser partilhadas. No entanto, de modo mais direto, acredito que o grande trabalho é inserir a comunidade dentro do espaço escolar, com rodas de diálogos, discussões com representantes de instituições e espaços que possam ampliar o trabalho realizado em sala de aula.


    Prof. Carlos Moura

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  11. Boa noite!

    Muito interessante seu texto, acho que devemos sim estudar e trabalhar as religiões em sala de aula, além de ser um fato importante em toda a sociedade, com elas aprendemos mais sobre o momento em que essa sociedade vive! Acredito também que com o conhecimento de outras religiões seria sim uma forma de tentar "combater" o preconceito religioso e a intolerância. Você acha que existe possibilidade dos professores não serem imparciais em sala de aula com relação ao estudo das religiões?

    Att,

    Roberta dos Anjos de Souza Martins

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    1. Prezada Roberta, tudo bem? Veja a responta que enviei em um comentário acima. Acredito que ela atende a sua questão.

      Prof. Carlos Moura

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  12. RONILSON OLIVEIRA PAULINO12 de abril de 2018 às 05:33

    Bom dia!
    Texto muito reflexivo e revelante. Falar de religião nas escolas não é uma tarefa fácil, pois acaba despertando um debate de grandes proporções. Sendo assim, como você acha que devemos trabalhar a religião nas escolas sem causar polêmica? Tem como ser imparcial ao se tratar desse tema durante as aulas que envolvam religião?

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    1. Olá Ronildo, tudo bem? Veja a responta que enviei em um comentário acima. Acredito que ela atende a sua questão.

      Prof. Carlos Moura

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  13. Bom dia, com base no levantamento para pesquisa e a formulação do texto, gastaria de saber se existem livros didáticos que abordem as religiões dentro do ambiente escolar? E consequentemente sua imparcialidade, levando em consideração a história cultural.

    Paulo de Mendonça Mafra

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    1. Olá Paulo Mafra, tudo bem? Os livros didático, como todos os recursos, são limitados e precisam ser trabalhados com outros elementos. No entanto, alguns fazem abordagens sobre as religiões, mas não de modo aprofundado como gostaríamos. Um recurso que pode ser utilizados são os livros paradidáticos que trabalhem as temáticas, especialmente, os destinados ao publico juvenil. Várias editoras possuem a obra, uma boa pesquisa vai lhe trazer vários volumes. Quanto a imparcialidade, por favor, veja o comentário que fiz em uma das respostas acima, acredito que atende a sua questão.

      Prof. Carlos Moura

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  14. Carlos André Silva de Moura, bom dia!

    Obrigado por compartilhar este material conosco! É de grande valia e quem sabe para alguns um divisor de águas ...! rs
    Minha pergunta, é a mesma do colega acima Paulo Mafra com a seguinte ressalva; o professor em sala de aula deve ser imparcial por mais que ele professe uma fé/religião, o abordar/apresentar outra religião é um sinal de amor, educação e acima de tudo respeito!, afinal religião mesmo é ajudar e amparar a viúva e o órfão, o "resto" se trata de "placas" ....

    Fraterno abraço!

    Jônatas Fernandes Pereira

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    1. Olá Jônatas, tudo bem? Que bom que tenha gostado do texto. Sobre a sua questão, fiz um comentário acima que atende a sua indagação. Por favor, dê uma olhada lá e vamos debatendo.

      Prof. Carlos Moura

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  15. Boa tarde!
    Parabéns pelo texto!
    A religião acompanha a história da humanidade muitas vezes como forma de legitimar a autoridade de dinastias e impérios. Além disso, serviu para consolação de povos com relação à opressão de “superiores” como forma de conformação de uma situação de inferioridade por “vontade de um deus”.
    Obviamente, hoje não temos nas sociedades ocidentais formas tão fundamentalistas de religião. No entanto, nesta mesma região do mundo, há um pré-conceito quanto às religiões de origens oriental e africana, por vezes demonizando suas práticas. De outra forma, países que são inimigos do ocidentalismo/capitalismo têm a religião (islamismo principalmente) propagandeado como terroristas.
    O papel da educação e, em particular, do ensino de História pode funcionar de que maneira para alertar os alunos quanto à forma de leitura das sociedades diversas no sentido de suas religiões?

    Ary Luiz Paes Alves

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    1. Bom dia Ary Luiz Paes Alves, tudo bem? Em sala de aula o principal guia dos debates sobre as religiões é o respeito ao outro. É necessário demonstrar aos alunos a diversidade e pluralidade existente dentro daquele espaço e no mundo externo. Com um estudo plural das religiões e possível revelar as diversas histórias "por traz" dos véus, das mesquitas, das roupas talhares, das batinas, dos gestos e práticas que talvez não façam parte do cotidiano dos alunos. Como destaquem em outros comentários, é necessário nos atentarmos a historicidade das religiões, para não reproduzirmos conceitos preconcebidos que apenas tem por finalidade desconstruir a prática do outro.

      Prof. Carlos Moura

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  16. Layana Márcia Carvalho Pereira12 de abril de 2018 às 13:53

    A parti de quando a presença religiosa aconteceu para formação do País? Layana Márcia Carvalho Pereira

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    1. Bom dia Layana Márcia Carvalho Pereira, tudo bem? Religião é um conceito que nós, historiadores, sociólogos, teólogos, etc, atribuímos a uma prática cultural. Desde que o nosso território foi habitado existiam práticas que podemos classificar como religião.

      Prof. Carlos Moura

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  17. Layana Márcia Carvalho Pereira12 de abril de 2018 às 13:57

    Porque dentro do ocidente a religião está ligada as tradições cristãs? Layana Márcia Carvalho Pereira

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    1. Layana Márcia Carvalho Pereira, com uma análise histórica da formação e expansão das religiões monoteístas e do próprio cristianismo, podemos perceber a força desta prática e a expansão em territórios como o Brasil.

      Prof. Carlos Moura

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  18. Boa Noite.
    Parabéns pelo excelente texto!
    Na sua concepção, você acredita que o professor possa trabalhar as diferentes religiões dentro da historia, de forma imparcial e sem preconceito religioso? E quais metodologias poderiam ser utilizadas para o trabalho das religiões no ensino da história?

    Jacqueline Hiroki Mattana

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    Respostas
    1. Olá Jacqueline, tudo bem? A sua questão foi respondida em comentários anteriores.

      Prof. Carlos Moura

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  19. Olá. Interessante seu texto, usufruiu muitos teóricos. Me chamou a atenção quando você finalizou seu texto com a seguinte citação: "Ao estudarmos a religião, com o olhar da História Cultural, não desejamos limitar ou criar um conceito filosófico sobre o tema, mas demonstrarmos as diferentes maneiras como os indivíduos compreendem o religioso e o vivenciam em um determinado momento histórico e cultural (BENATTE, 2014, p. 65)."
    A respeito disso, gostaria de perguntar se para lecionar a disciplina de Ensino Religioso teria alguma possibilidade de trabalhar com temas dentro da História Cultural como um conceito filosófico para esta disciplina?

    Penso que através dessa sua análise pudesse ser feita também não apenas na disciplina de História, mas também na disciplina de Ensino Religioso, pois, ambas trabalham com conceitos religiosos em determinados momentos históricos.

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    1. Olá Aline, tudo bem? As propostas da História Cultural não estão limitadas a um campo de conhecimento. Várias outros ramos têm se utilizado das ideias para os seus trabalhos. No texto precisamos nos concentrar nos debates em torno do ensino da história por ser o tema central do evento. No entanto, os debates em torno das disciplinas de História e de Ensino religioso são fundamentais para que possam construir os melhores caminhos para as discussões sobre as religiões.

      Prof. Carlos Moura

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  20. Como se dá a prática cultural e as identidades sociais que se inserem no objeto de estudo da história e no ensino de história?
    Qual a importância do estudo da história das religiões para o ensino de história?

    JAQUELINE CARDOSO PAIVA

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  21. Olá Jaqueline, tudo bem? Em comentários anteriores já abordei o seu questionamento.

    Prof. Carlos Moura

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  22. Quanto a questão da diversidade que é um tema tão presente nos dias atuais, de que forma o professor poderá empregar uma metodologia em sala de aula, sem ser dogmático e ao mesmo tempo possa garantir que todos os grupos religiosos ou não, sejam respeitados abrindo espaço para todos os questionamentos em um país plural e laico como o nosso?

    Clésio Fernandes de Morais

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    1. Olá Clésio Fernandes de Morais, tudo bem? O principal caminho para explorar esta diversidade que você relata muito bem é compreender a pluralidade das religiões. Além deste ponto, deve-se debater as religiões, suas práticas, princípios e caminhos a partir da historicidade que cada uma possui. É necessário destacar assim que as religiões são construções históricas e representações de uma cultura, para que possamos entender a pluralidade e diversidade existente.

      Prof. Carlos Moura

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  23. Boa tarde, árabéns pelo trablaho.
    Fiquei pensando sobre esta passagem "Dificilmente as religiões aparecem como tema principal nos livros didáticos de História. Assuntos como Reforma Protestante, Contrarreforma Católica, judaísmo, islamismo, em grande medida estão alinhados a outras temas. No entanto, tais práticas estão presentes no cotidiano dos estudantes e não podem ser debatidos de modo generalizante" algumas questões: 1) concordo com vc, mas penso que o catolicismo ainda é mais presente nos livros didáticos por ex, pois, somos um país colonizado e por portugueses e católicos, e deste modo não estaríamos ainda atrelados a esta herança? 2) Quanto ao ensino religioso, ao menos aqui no Paraná não podemos mais dar aula de ensino religioso não como aulas para completar padrão. Apenas como extraordinárias e ainda as escolhemos atrás da filosofia e da sociologia. Nunca vi o Ensino religioso com bons olhos mas sempre que ministrei aulas sobre procurei promover um diálogo plural. O que você pensa sobre o projeto que - acredito eu está passando na câmara ainda - permite q padres ministrem esta disciplina? Grata. Helena Ragusa

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    1. Olá Helena Ragusa, concordo com você que as temáticas ligadas ao catolicismo estão mais presentes nos livros didáticos. No entanto, mesmo assim, ainda estão longe de se apresentarem com discussões centrais, por diversos motivos, entre eles o próprio limite do recurso didático. Em relação as disciplina específica para o ensino religioso, não concordo com a sua aplicação, sobretudo, quando ministros religiões estejam responsáveis por seu desenvolvimento. As discussões sobre as religiões devem ser inseridas nos conteúdos didáticos de disciplinas como a História, Filosofia, Sociologia, Literatura, como temas principais ou geradores de debates escolares que possam contribuir com a formação dos discentes.

      Prof. Carlos Moura

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  24. Olá obrigada pelo excelente trabalho.
    Visto que na antiguidade o ensino das religiões eram baseado de acordo com os jesuítas; E hoje com a imensa diversidade de religiões e religiosidades, para o professor qual deve ser o embasamento para se ensinar religião?
    Obrigada
    Talita Souza da Rocha Rebello

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    1. Olá Talita Souza da Rocha Rebello, tudo bem? As discussões sobre as religiões devem ser realizadas a partir de uma abordagem teórica, para que não se confunda debates acadêmicos com discussões devocionais. Particularmente tenho utilizado os debates em torno da História Cultural, mas devemos reconhecer que existem várias outras propostas que podem contribuir para o debate. Como sugestão para a questão, sugiro a leitura do texto abaixo.

      HERMANN, Jacqueline. História das Religiões e Religiosidades. In. CARDOSO, Ciro Flamarion; VAINFAS, Ronaldo (Org’s). Domínios da História: ensaios de teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997.



      Prof. Carlos Moura

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  25. Parabéns professor pelo texto escrito.
    Por mais que minha pergunta tenha um caráter totalmente pessoal, eu li o texto professor. Minha questão é como um docente que tem uma determinada crença deve responder as questionamento sobre a discordância de outra, é melhor manter-se neutro ou explicar a visão pessoal? Visto que os meios de produção tem sido totalmente vinculadas a determinadas religiões, e enquanto umas são 'endeusadas', outras são 'demonizadas'.

    Abraços professor.
    Att Gabriel Irinei Covalchuk

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    1. Olá Gabriel Irinei Covalchuk, tudo bem?

      Como disse em comentários anteriores, na impede que um docente que tenha uma religião debata ou pesquise sobre as religiões. A questão importante que deve se destacar é se sua crença poderá atrapalhar nas discussões ou narrativas sobre a sua ou outras religiões. Como historiadores e professores temos um compromisso com os debates plurais e que contribuam para a formação dos nossos discentes. Sendo assim, o melhor caminho é sempre se manter atentos a uma discussão teórica que reconheça a historicidade, pluralidade, igualdade e importância de todas as religiões para a formação da sociedade.


      Prof. Carlos Moura

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    2. Tudo ótimo professor, melhor agora com a resposta. Obrigado mesmo, entendi perfeitamente.

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  26. Prezado Prof. Carlos Moura

    Assim como os demais eu também parabenizo. Trata-se de uma discussão importante e necessária, tendo em vista a consolidação do ensino religioso na educação básica. Nesse sentido, torna-se indispensável que, no âmbito da história, os textos 'sagrados' sejam concebidos como fonte histórica o que implica submetê-los a procedimentos teórico-metodológicos da História. Entender, por exemplo, as formações discursivas em que tais textos estão inseridos, permite-nos vê-los como uma construção humana que deriva das experiências político-culturais de determinado momento histórico. A questão é que muitos discentes resistem a este tipo de reflexão demonizando quais atitudes investigativas sobre a questão. Neste caso, penso que não há o que fazer.

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